FOTOS DA REFOMRA



































REFORMA DA MATRIZ DE NOSSO SENHOR DOS PASSOS

A reforma da Igreja Matriz de Nosso Senhor dos Passos, em Rio Preto, está atualmente em sua segunda etapa - a de recuperação do forro de madeira do altar, da nave central e das galerias laterais, e reforma do telhado. O prazo de execução, que teve início em 7 de junho, é de 180 dias e vai até 19 de dezembro. Os recursos para a obra provêm, exclusivamente, de contribuições de paroquianos, através de doações voluntárias ou do carnê e da participação em eventos promovidos pela Igreja como leilão de gado, bingos, almoço beneficente e bazar.


O pároco da Igreja Matriz, Padre Flávio Ferraz de Assis, tem se empenhado em envolver toda a comunidade riopretana nas obras de reforma e ressalta a importância desta participação. “Quando a população está envolvida, ela acompanha a obra, vê o que está sendo feito, onde os recursos estão sendo aplicados e esta participação gera credibilidade e confiança”, acredita. Ele acrescenta que o slogan escolhido para a reforma – “Você faz parte dessa história” – quer justamente reforçar este envolvimento entre a paróquia e a comunidade.


Nesta segunda etapa, parte do telhado já foi lavado e está sendo aplicada uma resina acrílica para proteção das telhas, que inclusive estão ficando com um aspecto mais claro. Será colocada uma manta isolante térmica para cobertura entre o telhado e o forro de madeira, com o intuito de não deixar que a água das chuvas passe para dentro da igreja, impedindo infiltrações. Foi feita uma avaliação do tabuado interno do forro de madeira e removidas as tábuas danificadas por cupins. O restaurador responsável pela obra, Marcos Monteiro, avalia que cerca de 35% das tábuas tiveram que ser trocadas, pois estavam em péssimas condições. Ele acredita que em alguma reforma anterior, estas tábuas - originalmente de cedro e louro -, foram substituídas por tábuas de pinho, o que também pode ter contribuído para a deterioração de parte da madeira original. A madeira agora usada para a substituição é o angelim. Posteriormente, toda a madeira do forro passará por um processo minucioso de imunização, com aplicação de produtos específicos para o combate de insetos xilófogos (cupins).
FORMAS DE CONTRIBUIÇÃO
Carnê de contribuição 2ª etapa:
Pode ser adquirido no Salão Paroquial e
inclui 6 parcelas de R$ 5 ou R$ 10,
ou a critério do doador.

Depósito em conta:
Banco do Brasil
Ag.: 4034-7
Conta Poupança: 60.453-4
www.bb.com.br
 
Também estão sendo feitas prospecções - análise delicada e criteriosa - nas paredes e nos portais no interior da Igreja para descobrir pinturas e determinar a cor original dos mesmos. Em algumas partes, como no forro, por exemplo, foram encontradas cerca de oito camadas de tintas de cores diferentes, aplicadas em reformas anteriores. Além disso, estão sendo recuperados os ornamentos artísticos como o florão dos lustres e o esplendor central. As tintas utilizadas para recuperação destes elementos artísticos são importadas e também estão sendo aplicadas folhas de ouro para o resgate da cor verdadeira. Marcos esclarece que o aspecto original da Igreja, em sua parte interior, é do período neoclássico, que tem como características principais a utilização de cores claras, formas retas, poucas pinturas e uma arquitetura que permite a entrada de muita luz dentro da Igreja. Isso significa que a restauração, de acordo com o que já foi prospectado, “vai revelar uma Igreja de cores claras e detalhes dourados”.

 

 

A obra total de reforma inclui quatro etapas de execução, sendo que a primeira – a de recuperação estrutural da torre direita, torre esquerda e área interna do coral da Matriz -, que aconteceu ano passado (de 4 de setembro a 22 de dezembro), já foi concluída. O valor total do investimento nesta primeira etapa foi de R$ 81.161,60, com recursos vindos de contribuições dos paroquianos, referentes ao ano de 2009.


A segunda e atual etapa contempla a recuperação do forro de madeira do altar, da nave central e das galerias laterais, e reforma do telhado da Matriz e vai até dezembro deste ano. A terceira etapa, com previsão de início para setembro de 2011, vai abranger a pintura interna, a restauração do Altar-Mor e a ocultação dos fios da instalação elétrica. A quarta e última etapa, com previsão para julho de 2012, vai contemplar a pintura e a recuperação de todos os elementos da parte externa que estiverem danificados. Também será recuperado o piso de ladrilho hidráulico de toda a igreja e os bancos. Toda a reforma está sendo executada pela firma CT&G Projetos e Construções Ltda., cujo responsável pelas obras é o engenheiro Ricardo Guerrero.


Os interessados em colaborar podem adquirir o carnê de contribuição mensal no Salão Paroquial, que acompanha sempre o período determinado pelas obras, nos valores sugeridos de R$ 5 ou R$ 10, ou a critério do doador. Quem adquirir o carnê de contribuição, automaticamente, estará concorrendo a uma TV de LCD de 32 polegadas, cujo sorteio está programado para dia 9 de março de 2011, durante a missa das 19h. O bazar da Igreja, instalado na Rua Nilo Peçanha, também é uma forma de contribuir, seja com a doação de roupas e acessórios ou com a compra dos mesmos.



Outra forma de contribuição é através de depósito de qualquer valor em conta bancária disponibilizada no Banco do Brasil, agência 4034-7, conta poupança número 60.453-4. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3283-1105.



IGREJA MATRIZ DE NOSSO SENHOR DOS PASSOS

Em 1832, por decreto da Regência, o Curato de Nosso Senhor dos Passos de Rio Preto do Presídio foi elevado à paróquia. Rio Preto era então promovido na hierarquia “religiosa-político-administrativa”, sendo criado o distrito. Em 1844, por Lei Provincial, Rio Preto elevou-se à vila - era criado o Município de Nossa Senhora dos Passos de Rio Preto.

Nessa época, havia somente a capela de Nossa Senhora do Rosário, cuja construção data do final do século XVIII, e quando começaram as campanhas a respeito da construção de uma igreja matriz, que fizesse jus à nova condição de paróquia.

Francisco Tereziano Fortes, filho do guarda-mor Francisco Dionísio Fortes, herdeiro de grandes haveres e possuidor de bela fortuna, legou, em testamento, certa importância e determinada quantidade de arrobas de café para a construção de um novo templo. Seus herdeiros, cumprindo suas últimas vontades, começaram a construir na praça central da vila a nova igreja Matriz. A inauguração ocorreu a 26 de setembro de 1860. Com esta obra, Dona Maria Tereza de Souza Fortes, baronesa de Monte Verde, mais tarde Viscondessa, viúva de Tereziano Fortes, despendeu a importância de 200 contos de réis.

Muito se discutiu em torno do local onde ela deveria ser construída, pois alguns defendiam que ela ficasse junto ao pelourinho da cidade, onde atualmente se encontra o paredão. O ideal era que ela ficasse de frente para a entrada mineira da cidade pelo caminho que levava a São João Del Rei, atual rua do Cavaco, sem dar às costas para a entrada pela sede da Coroa, que era o Rio de Janeiro. Muito se discutiu até que o local escolhido foi o centro da vila - onde ela se encontra atualmente -, e a igreja ficaria com sua fachada para a entrada mineira do município. No entanto, num belo arranjo arquitetônico, quem a olha pelas costas, pelo estado do Rio de Janeiro, tem a sensação de que ela está de frente, pois suas torres fronteiriças se encaixam perfeitamente com o desenho de seu fundo.

O construtor responsável por erguer a Igreja, João Alves Garcia, faleceu antes da conclusão da obra, sendo então contratado o arquiteto catalão, José Maria Vilaranga Y Panella, recém chegado da Europa, para dar continuidade às obras. Por este motivo, pode-se notar dois estilos de época distintos predominantes em sua arquitetura: toda a sua estrutura segue o estilo barroco enquanto que o acabamento interno e das janelas, seguem o neoclássico, com suas formas simples e o predomínio de cores claras.

Registram as crônicas da época que a Viscondessa do Monte Verde e seu irmão, o Comendador Carlos Teodoro de Souza Fortes, o Barão de Santa Clara, não mediram esforços para que a construção se tornasse, em seu interior, a mais bela e preparada da região. De fato, até hoje, a Matriz de Nosso Senhor dos Passos constitui um dos mais belos templos no estado de Minas Gerais.

A Viscondessa do Monte Verde, logo após a inauguração da Igreja Matriz, mandou dar cartas de alforria a todos os escravos que trabalharam em sua construção e os presenteou com pedaços de terras. Ordenou ainda que fossem soltos os animais que tivessem prestado serviços na construção.

Fontes de pesquisa:
Rio Preto – Resumo Histórico, de José Marinho de Araújo, do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Minas Gerais; Entrevista com artista plástico Marcos Machado Monteiro.